Justiça determina que réu acusado de matar idoso com voadora seja julgado pelo júri popular
27/03/2025
(Foto: Reprodução) Tiago Gomes de Souza está preso pela agressão que resultou na morte de Cesar Torresi, de 77 anos. A decisão tomada pelo Tribunal de Justiça, em segunda instância, manteve a decisão da Vara de Santos (SP). Ainda cabe recurso. Tiago Gomes de Souza chorou na reconstituição do crime que matou Cesar Fine Torresi, de 77 anos.
Matheus Croce/TV Tribuna e Reprodução/Facebook
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, agora em segunda instância, a decisão da Vara do Júri e Execuções de Santos (SP) de que Tiago Gomes de Souza seja levado a júri popular. Ele foi denunciado após dar uma voadora no idoso Cesar Fine Torresi, de 77 anos, que morreu em decorrência do golpe. O advogado de Tiago, Eugênio Malavasi, avalia entrar com um recurso.
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A agressão contra César ocorreu na Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida, em junho de 2024. De acordo com o boletim de ocorrência, o neto da vítima, na época com 11 anos, relatou que estava atravessando a rua com o avô, já que o trânsito estava parado. Foi quando Tiago freou bruscamente o carro, e o idoso, ao se apoiar no capô, foi golpeado pelo agressor.
Segundo a família, o idoso caiu de costas no chão após levar a voadora de Tiago, batendo a cabeça e sofrendo um traumatismo craniano. Ele foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde foi entubado, mas teve três paradas cardíacas e não resistiu.
Tiago foi preso e encaminhado à Penitenciária Tremembé II em razão do ocorrido. Denunciado pelo Ministério Público, ele foi pronunciado em outubro de 2024, conforme decisão do juiz Alexandre Betini, da Vara do Júri e Execuções de Santos, para ser julgado pelo júri popular.
Cesar Torresi morreu após levar 'voadora' na altura do peito em Santos (SP)
Arquivo Pessoal e Reprodução/Redes Sociais
Malavasi entrou com um recurso para evitar a pronúncia com a desqualificação do crime de homicídio qualificado para o de lesão corporal seguida de morte. Além disso, pediu o afastamento de uma das qualificadoras que afirmou que o réu empregou recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Manutenção da decisão
Na última terça-feira (25), o desembargador Hugo Maranzano avaliou que a decisão de Betini foi acertada e a manteve.
Maranzano destacou que Tiago aderiu à possibilidade de concretização do homicídio "numa postura de indiferença" e afastou o argumento da defesa de que teria agido em um momento de ira, "fruto de uma impulsividade momentânea".
"Cumpre lembrar que a pronúncia somente julga admissível a acusação, encerrando o judicium acussationis [fase da instrução preliminar até a sentença de pronúncia ou impronúncia] e propiciando a instauração da segunda fase do procedimento para que seja o denunciado submetido a julgamento perante o Tribunal do Júri", disse o desembargador.
Ao g1, o advogado Eugênio Malavasi disse: "O TJ-SP manteve a decisão de pronúncia, sendo que eu avaliarei a possibilidade de ingressar com recurso no STJ [Supremo Tribunal de Justiça]", informou.
Ação por danos morais
Cesar Torresi morreu após levar 'voadora' na altura do peito em Santos (SP)
Reprodução e Arquivo pessoal
Em ação ajuizada no fim de 2024, os advogados de Bruno Cesar Fine Torresi, filho da vítima, alegaram que a atitude de Tiago gerou “sofrimento profundo a si e a sua família”. Ele processou o agressor por danos morais cobrando 40 salários mínimos, o equivalente a R$ 60.360.
Ao g1, o filho da vítima afirmou que a perda é irreparável, mas busca Justiça na esfera criminal e cível para que outras famílias não passem pela mesma situação.
“Peço a Deus conforto para toda a minha família e também à família do Tiago, especialmente aos filhos, que também foram vítimas da conduta dele", disse Bruno.
O caso
Vídeo mostra prisão de homem que levou idoso à morte com 'voadora' no litoral de SP
De acordo com o boletim de ocorrência, a criança relatou ao pai -- filho da vítima -- que ela e o avô atravessavam a Rua Pirajá da Silva entre os carros porque o trânsito estava parado.
De repente, segundo o menino, um carro avançou na direção deles, freou bruscamente e o idoso se apoiou no capô sem causar danos. No momento em que a vítima e o neto terminaram de atravessar, o motorista foi até eles a pé e deu a voadora, um chute no peito do homem.
O episódio gerou revolta e motivou discussões de pessoas que passavam pelo local. O suspeito correu para um estabelecimento comercial, mas foi localizado pela PM e preso.
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